Shoot for the stars

13:54 Joana Santos 10 Comments

E chegámos ao fim de 2016. Para ser sincera, adoro esta sensação desde que me conheço: a felicidade com que enterro um ano, relembrando tudo o que aconteceu de bom e retirando aprendizagens daquilo que correu mal. 2016 foi um ano estranho: talvez possa mesmo dizer que foi o ano com mais altos e baixos da minha vida, com mais surpresas, com mais tempestades mas também com mais arco-íris. Durante a primeira metade do ano, sinto que vivi num estado de euforia constante: se olhar para trás, só me lembro das cores com via os meus dias, das gargalhadas partilhadas, dos planos (demasiado) sonhadores que fiz para a minha vida, das histórias, do desprendimento, da liberdade que, de repente, senti dentro do meu ser. Depois, a maior surpresa de todas: um amor feliz, que não pedi que viesse. O maior amor que já senti dentro do meu coração. A felicidade mais pura que já partilhei. O personificação de um sentimento que todos os dias me agarra a essa felicidade, mesmo quando a tempestade fica mais forte. E, logo a seguir, a letargia: dia após dia, fui sentindo cada vez mais que me arrastava para epicentro de um tremor de terra e, com isso, chegou a sensação de que já não me reconhecia. Perguntei-me, tantas vezes, ao longo destes últimos meses do ano quem sou eu, para onde foi a Joana que era capaz de se sentir, de olhar para o seu interior, de levar avante os seus valores e ideais? Tenho a sorte de, mesmo assim, saber reconhecer sinais quando eles chegam e tenho ainda mais sorte por, sem pedir, eles me caírem aos pés, como revelações. E foi assim que, de um momento para o outro, bem no meio das ondas mais altas, consegui perceber que precisava de ajuda (Obrigada, Mariana! Obrigada, Sónia!). Afinal de contas, chorar faz bem, mas chorar todos os dias sem saber porquê não se recomenda a ninguém. Foi ao pedir ajuda que pude, finalmente!, sentir-me um bocadinho mais eu: a Joana de sempre. Foi ao pedir ajuda que me relembrei (posso agradecer-vos outra vez?) do quão bom é planear, decidir, arriscar, começar, atirar-me de cabeça e, sobretudo, sonhar. Voltei a sentir a presença de pessoas verdadeiramente inspiradoras e a desejar inspirar de novo aqueles que estão à minha volta. Hoje, fiz algo que já não fazia há muito tempo: sentei-me, em silêncio, fechei os olhos, respirei fundo, abri e coração e coloquei no papel (no meu lindo bullet journal) aquilo que quero para a minha vida daqui em diante: escolhi as palavras base para o meu ano - amor, estabilidade, equílibrio e aprendizagem - e diverti-me a pensar em como concretizá-las e torná-las em algo palpável, algo que, daqui a um ano, me faça pensar que sou a melhor pessoa que podia ser e que sou, sobretudo, FELIZ. Tudo isto não é fácil: dá trabalho, exige que pense, que sinta, que chore, que me revolte. Que acorde fantasmas antigos. E todos os dias são diferentes: há dias bons, há dias maus, há dias em que me convenço de que não consigo, de que não sou boa o suficiente, de que nunca vou conseguir. Mas, mais do que isso, vale a pena! Vale a pena sentir-me leve, sentir-me mais e mais realizada e perto de mim outra vez dia após dia. Vale a pena sentir que resolvo o que há muito tempo acumulo na minha pilha de problemas para resolver. Vale a pena descobrir quem sou verdadeiramente e qual é o meu papel no mundo. Vale a pena perceber que até mesmo os dias mais feios e cinzentos trazem com eles uma bagagem que podemos transformar em algo positivo, num ensinamento valioso. Cresço. Evoluo. E é por isso que, hoje, me sinto com tanta energia para correr atrás do que quero: 2017 está aí à porta e esperam-se muitos projectos novos, o regresso de projectos antigos, crescimento pessoal e muita inspiração para continuar este caminho. 2016 foi um ano, acima de tudo, necessário. Afinal de contas, às vezes é mesmo preciso parar, tocar no fundo e descobrir forças onde pensávamos já não existir nada para nadar até à superfície e reparar no quão belo é viver. 



Com amor,
Joana

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Vamos fazer um bullet journal?

10:22 Joana Santos 6 Comments

(Esta publicação já devia ter saído há dois dias, mas eu estou demasiado entretida a brincar com a Oreo.)
Sou uma pessoa de listas: há a lista de viagens que quero fazer, a lista dos sítios que quero visitar nessas viagens, a lista de compras, a lista de filmes para ver, a lista de livros para ler, a lista de objectivos anuais, de objectivos mensais, de objectivos diários, a lista de tarefas para o blogue, a lista das roupas que quero compras, e por aí em diante. Para além das listas, há ainda a imensidão de cadernos que as acomodam e as canetas coloridas que escrevem as escrevem. Faço listas porque gosto de colocar objectivos, porque gosto de saber por onde me guiar, gosto de escrever e, sobretudo, gosto de planear. Esta é a minha parte favorita do ano: a altura em que me sento à minha secretária, acompanhada de um chá quentinho, e me ponho a pensar em toda as possibilidades que o novo ano me traz e, depois, as coloco todas num dos mil cadernos. Mesmo que muitas vezes não consiga cumprir os objectivos a que me proponho, sei que se os colocar no papel a probabilidade de - pelo menos - tentar realizá-los é muito maior. Porquê? Porque adoro riscar coisas dessas listas! Ora, sempre que me apresentam uma nova técnica que promete ajudar-me a concretizar aquilo a que me proponho,  tenho de a experimentar. Foi exactamente isto que aconteceu quando descobri o conceito de bullet journal. Fiquei rendida. Coloquei logo na lista de coisas a experimentar em 2017. Ora, o que é isto de bullet journaling? Basicamente, é uma agenda moderna, que nos permite segmentar o nosso ano em categorias, de uma forma organizada mas, no entanto, criativa. Afinal de contas, é um DIY: somos nós que escolhemos o design, as cores, o tipo de letra, o método de organização. Somos nós que o fazemos. Do princípio ao fim. Quantas vezes, utilizando uma agenda normal, comprada numa loja qualquer, não damos por nós a pensar que gostávamos de ter espaço para organizar as nossas ideias de outra maneira, sem ser da forma mais formatada de sempre: de hora a hora. Utilizando um bullet journal deixamos de ter esse problema. Ele é exactamente o contrário de formatação. Estão curiosos? Deixo-vos aqui os passos que segui para fazer o meu para que possam tirar ideias caso queiram apostar no bullet journaling em 2017 também. 
Materiais
- Um caderno (pode ser de folhas lisas, quadriculadas ou pautadas, como preferirem);
- Canetas coloridas (convém que tenham a ponta fina);
- Caneta preta ou azul;
- Lápis;
- Caderno de rascunho;
- Régua. 
1.º Passo
Antes de começarem devem pesquisar sobre o que é o bullet journal, passar horas infinitas no Instagram e no Pinterest a inspirarem-se em outros bullet journals (juro que vale a pena) e, depois, testarem as vossas ideias no caderno de rascunho. Façam uma lista das categorias que querem incluir e da forma como querem organizar a vossa agenda. Testem a letra e o design. Testem as cores.  Decidam que ícones querem utilizar na vossa agenda: para poupar espaço e criar um efeito visual interessante, é aconselhado escolher símbolos para colocar na agenda propriamente dita. Por exemplo, para identificar uma data memorável, poderão escolher um coração. Para identificar uma tarefa, um quadrado, no qual podem colocar um visto quando a concluirem. E por aí em diante. Quando tiverem uma ideia geral da organização que lhe vão dar, peguem no caderno novo e metam mãos à obra!

2.º Passo
Comecem por fazer a página de contactos: deve conter o vosso nome, a vossa morada e o vosso número de telefone, juntamente com um número de emergência e outras informações que considerem úteis. A segunda página deverá ser o índice, para que saibam sempre onde encontrar cada categoria. Na terceira página, coloquem a legenda: depois de escolhidos os símbolos, expliquem o que cada um deles quer dizer. Podem ver os símbolos que escolhi na imagem abaixo.

A partir da quarta página, poderão colocar um grupo de páginas com espaço para fazerem as listas que normalmente colocam noutros cadernos. Isto é algo que ando a trabalhar: colocar tudo no mesmo local, para que esteja sempre tudo acessível quando eu necessitar e para que eu também possa planear todos os aspectos da minha vida em função dos meus objectivos. Por exemplo, eu fiz uma lista de livros para ler em 2017, uma lista de filmes que quero ver, a lista das quatro viagens principais que planeio fazer no próximo ano, a lista de compras (roupa, decoração, peças de lifestyle) e duas páginas de escrita livre, onde tenciono colocar ideias e frases soltas. Mas não é obrigatório seguirem estas ideias: podem, por exemplo, criar uma página de controlo de hábitos, em que colocam, diariamente, quantos minutos meditaram, quantas horas passaram na internet, quantos quilómetros correram, entre outros, para que possam gerir a vossa vida de acordo com esses hábitos e mudar algo, caso vos pareça necessário. Há mil e uma ideias no Pinterest. Dêem uma olhada. 


3º Passo
Antes de começar a dividir a agenda em meses e dias, coloquei um espaço onde defini os objectivos anuais. Escolhi 12 objectivos e tenciono trabalhar num por mês. Depois, dividi a agenda por meses. Em cada mês, coloquei a lista dos dias, para que possa escrever pequenas notas de eventos importantes e depois deixei uma página para fazer uma lista das publicações do blogue para esse mês. No entanto, vocês podem iniciar o mês da forma que vos fizer mais sentido: com uma lista de inspirações mensais ou de objectivos importantes para cada um dos doze meses do ano.

4.º Passo
Com base no design inicialmente seguido, deverão agora decidir como separar a página diária. Eu dividi tudo por caixinhas: a caixinha da to do list, ados gastos diários (para que saiba sempre quanto dinheiro saiu, entrou e ficou), a das coisas pelas quais me sinto grata em cada dia e um espaço para escrever o que entender (memórias importantes, tarefas que ando a adirar, entre outros). Em cadas domingo, criei também um espaço, a que chamei weekly goals, para que consiga sempre focar-me nos passos a seguir para os objectivos que pretendo atingir. Há ainda quem tenha uma espaço para frases inspiradoras, planos de treino, planos alimentares, entre outros. Basicamente, a ideia é criarem espaços consoante aquilo que o vosso dia contém, para que seja mais fácil organizarem-se.

E está feito o vosso bullet journal! Claro que o poderão decorar à vossa maneira, mais ou menos artístico. Eu comprei um caderninho cheio de borboletas e, portanto, não tive de acrescentar grandes toques de cor. Mas claro que há quem goste de fazer tudo mesmo from scratch. Não é difícil e fica muito mais barato do que muitas agendas. Ao todo, eu devo ter gasto umas £10, incluíndo caderno e um conjunto de canetas de cor. E diverti-me imenso a fazer o meu bullet journal.

Agora que vos contei todas estas técnicas, quero ver os vossos bullet journal para 2017. Vamos lá pôr tudo em ordem e fazer do próximo ano o ano em que passamos do papel à acção. 

Com amor,
Joana

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Vamos ser três cá em casa!

16:50 Joana Santos 10 Comments

Não sei se sabem, ou se já contei por aqui, mas, quando eu e o Gui decidimos viver sozinhos, combinámos que a nossa casa teria de ter um nome. Pouco tempo depois encontrámos a casa ideal para nós e, antes de nos mudarmos, fomos a Cardiff visitar uns amigos. Foi lá que comprámos a primeira peça de decoração para a casa, naquela altura ainda sem nome: um quadro pequenino com um gato cheio de estilo. Ora, assim, sem mais nem menos, surgiu-nos o nome para o nosso cantinho: A Casa do Gato. Ambos adoramos estes animaizinhos, que, para nós, simbolizam paz e boa energia. E, como é assim que vemos a nossa casa também, compreendemos que não havia nome que lhe assentasse melhor. Tudo passou a girar à volta de gatos: quase todas as divisões da casa têm um gato, seja de peluche ou em papel. E toda a gente trata a nossa casa pelo seu nome. Só falta mesmo o quê? O gato verdadeiro. Daqueles que se roçam nas nossas pernas quando querem miminhos e ronronam quando lhes fazemos festinhas. Pois é. Graças ao Gui, o melhor namorado do mundo inteiro, a presença deste bichinho na nossa vida vai ser real. VAMOS TER UM GATINHO. Depois do jantar de Natal, na casa dos nossos amigos, voltámos para A Casa do Gato para abrir os presentes. O Gui foi o primeiro a descobrir o que lhe tinha calhado este Natal (hei-de fazer uma publicação sobre isso!). Depois foi a minha vez: à minha frente tinha uma caixa gigansteca. Quando comecei a desembrulhá-la, vi que era uma caixa para transportar gatos. E percebi logo o que é que o Gui andava a aprontar. Passei o resto da noite abraçada à caixa e, ontem, quando acordei, lembrei-me do meu presente e enchi o Gui de beijinhos: ele é a melhor pessoa do mundo e dá-me os melhores presentes do universo. Liguei logo à minha mãe, dizendo-lhe que ela vai ter um neto. A minha mãe entrou em pânico, deram-lhe logo os calores e eu e o Gui não conseguimos parar de rir durante toda a chamada. Quando lhe contámos que era um gato, foi a risada geral, em Londres e em Lisboa. Hoje, fomos comprar brinquedos, uma mantinha, a caixa de areia e comida para gatinhos. Amanhã, em princípio, o nosso bichinho já dorme connosco. E não podiamos estar mais felizes

O quadro que comprámos em Cardiff


Quem é que, por aqui, também tem um gato? Precisamos de dicas.

(PS: Temos descoberto tantas diferenças entre adoptar um gato aqui e em Portugal. Em breve, falarei sobre isso aque pelo blogue.)

Com amor,
Joana

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Christmas Eve: the most beautiful night of the year

17:10 Joana Santos 2 Comments

O meu Calendário do Advento já confirmou: é mesmo hoje. Ainda não eram 10 da manhã e já eu e o Gui estávamos a preparar mousse de chocolate, salada de bacalhau com grão e rissóis de carne. Sim, acertaram: vão ser estas as mostras de gastronomia portuguesa a que os nossos amigos italianos e britânicos terão direito esta noite. Para além disso, ainda lhes vamos dar a provar licor de ginja, queijo da Serra da Estrela, chouriço e ferraduras de erva doce e canela. Mal podemos esperar para os ver deliciados. Afinal de contas, nós, portugueses, temos este orgulho desmedido em mostrar o que é nosso aos outros, não é verdade? E conquistá-los pelo estômago é algo que sabemos fazer muito bem. É certo que, nesta noite, me falta a minha família e as nossas tradições: a ida à ginjinha de Natal (este ano, ouvi dizer, até lá vai o nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa!), o jantar onde se mistura alto e baixo Alentejo, bacalhau com grão, batatas e couve e polvo assado no forno, e a ida a casa da tia Dora, em que eu acabo sempre por adormecer no sofá, muito antes das crianças. Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de sentir que este é o Natal mais querido de sempre, porque o Gui está ao meu lado e ele é também agora parte da minha família. E é isso mesmo que é o Natal: a festa da família. E, às vezes, a família não são só os pais, os irmãos, os avós, os tios e os primos. Às vezes, a família é também uma mesa cheia de amigos. Por isso, estejam onde estiverem, rodeados da família de sangue ou da família do coração, lembrem-se: são vocês que fazem o Natal. Não são as prendas, não é o valor dos bens materiais que oferecem, mas sim o valor do carinho que oferecem a todos os que se sentam convosco à volta da mesa para partilhar esta noite. Daqui, desta mesa de uma bela freguesia londrina, até à vossa mesa num qualquer outro lugar do mundo de onde me lêem, quero desejar-vos o melhor Natal de sempre e partilhar convosco também um bocadinho deste amor e desta felicidade que hoje sinto. Feliz Natal! 

Com amor, 
Joana

  

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Countdown to Christmas

13:49 Joana Santos 8 Comments

Se há coisa que ficou logo decidida entre mim e o Guilherme quando o Natal começou a aproximar-se foi que tinha de haver, na nossa casa, uma Calendário de Advento, cheio de chocolate.  Comprámos um calendário para cada um (porque somos mesmo gulosos e não conseguíamos partilhar o chocolate), numa loja chamada Hotel Chocolate, que, para além de ter sempre caixinhas amorosas cheias de doces deliciosos, prontas para servir de presente em qualquer ocasião, deixa-me sempre tentada a fazer lá um workshop. A loja tem uma sala fenomenal toda equipada, onde há aulas de cozinha. Podemos aprender a fazer os mais diversos chocolates e descobrir como decorá-los. Claro que está na minha lista de actividades a experimentar!



Mas, quanto a isto de ter arranjado um Calendário do Advento… Por um lado, é delicioso: todas as noites, depois do jantar, sei que há um docinho há minha espera. Por outro lado, a minha cara já começa a queixar-se e encheu-se de pequenas borbulhas aborrecidas. Ainda assim, não há como resistir à tentação de contar os dias desta forma. Ontem, reparei que os guadradinhos de chocolate ainda envoltos em papel são muito poucos o que quer dizer que já não falta quase nada até ao Natal! Nem sei como é que o tempo passou tão depressa. Entre semanas repletas de trabalho, dias que desapareceram a correr de um lado para o outro e fins-de-semana passados a comprar presentes e a planear o próximo ano, de repente Dezembro está a chegar ao fim. Eu não podia estar mais contente por isso. 



Estou tão desejosa de passar este Natal com o Gui e com os nossos amigos! O nosso jantar de Natal, no dia 24 de Dezembro, vai ser na casa de um casal nosso amigo. Ela é italiana. Ele é britânico. Nós, vamos levar vinho, mousse de chocolate e rissóis portugueses e vamos provar a refeição tradicional italiana deste dia, que é completamente composta por peixe. Para os italianos, não há carne na noite de Natal. No dia 25, eu e o Gui decidimos não sair de casa: vai ser o dia do pijama natalício. Mal posso esperar por um dia em casa, sem fazer nada, só desfrutar da calma depois da confusão.
Até lá, há que comprar os últimos miminhos, fazer docinhos e preparar as nossas Christmas jumpers, para nos vestirmos a preceito para comemorar.
E vocês? Como andam os vossos preparativos natalícios?

Com amor,
Joana


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5 Razões para adorar o Natal em Londres

13:29 Joana Santos 10 Comments

Estamos a menos de uma semana do Natal e Londres está mais luminosa do que nunca. Não há, sem dúvida, melhor altura do que esta para visitar o Reino Unido. É como entrar num conto de fadas – só falta mesmo é a neve! Resolvi, por isso, partilhar a lista de pormenores londrinos que me fazem gostar tanto do mês de Dezembro aqui por estas bandas.

Feiras de Natal

Os ingleses, ao contrário da ideia que tinha deles, fazem a vida na rua. Aos fins-de-semana, os parques – faça chuva ou faça sol – estão sempre cheios de gente, de crianças a brincar na lama ou na relva, nas poças de água ou nos baloiços e escorregas. Até mesmo durante a semana, depois do horário de trabalho, é frequente ver as ruas cheias de grupos de amigos e colegas que se dirigem para os famosos pubs ingleses. Por isso, há sempre uma lista interminável de lugares para visitar ao ar livre a qualquer hora do dia. Nesta época, as feiras de Natal enchem a cidade. Estas feiras, para além de bancas de world food, são também conhecidas por darem oportunidade aos pequenos artesãos e ao pequeno comércio de se mostrar, uma vez que há imensas barraquinhas de onde podemos tirar ideias para presentes muito originais. Para além disso, há música em muitas destas feiras e, claro, carrosséis para os mais novos. As feiras mais conhecidas são a de Southbank Centre, bem junto ao Tamisa e a de Leicester Square, perto da famosa loja de M&M’s. Mas há muitas outras, mais pequeninas, dentro de igrejas, nos Town Halls (o equivalente às nossas câmaras municipais) e em muitos outros parques e praças da cidade, como Sloane Square, onde podemos ouvir Christmas Carols.

 

Luzes de Natal

Quando se acedem as luzes das ruas mais famosas da cidade, Londres fica ao rubro. Há um evento gigantesco em plena Oxford Street, com concertos de nomes bem conhecidos do panorama musical inglês e até fogo-de-artifício. A rua fica fechada ao trânsito durante um dia inteiro e há quem faça fila para conseguir o melhor lugar desde madrugada. Este ano, as luzes ligaram-se ainda em Novembro, e houve até uma parada de brinquedos, patrocinada pela famosa loja Hamleys, que incluiu desfiles pela rua da da famosa Peppa Pig, da Barbie e do Bob, o Construtor. Mas desengane-se quem pensa que esta é a única rua iluminada. Também a Regent’s Street está iluminada, com anjos feitos de pequenas luzinhas. No ano passado, a decoração desta rua não foi a esperada, mas este ano esmeraram-se! A Bond Street, uma rua onde encontramos marcas como Dolce & Gabana, Ralph Lauren ou Prada, é outra das ruas londrinas que se destaca pela sua luminosidade. Depois, claro, há os centros comerciais e lojas de departamento. A John Lewis esmerou-se na sua montra natalícia, fazendo-nos lembrar o campo, as montanhas, a neve. A House of Frasers brilha até mesmo vista do outro lado da rua e também o Harrods vibra à distânica.




Jantares de amigos

Quando se está longe da família, tudo é um pretexto para juntar os amigos e celebrar. Afinal de contas, são esses mesmos amigos que passam a ser o nosso seio familiar neste país que não é o nosso, que não é a nossa casa. É comum, nesta semana que antecede o Natal, vermos, da rua, as outras casas cheias de pessoas, que se juntam à volta de uma mesa, muitas vezes repleta de uma imensidão de pratos de vários lugares diferentes do mundo, para celebrar a festa da família. O meu grupo de amigos também não quis ser excepção: este fim-de-semana, juntámo-nos para partilhar bacalhau à Brás e mousse de chocolate bem portugueses, mojitos mexicanos e um doce do Bangladesh. Já no ano anterior, partilhei o meu Natal, e mais tarde a minha passagem de ano, com amigas polacas. Esta é também a magia de Londres: a partilha constante de culturas e hábitos de lugares que desconhecemos.

Anúncios de Natal

Quem é que não ficou encantado com o anúncio de Natal que publiquei aqui? É impossível não adorar este casal amoroso de ursinhos de peluche. Mas também é impossível não adorar todas as outras personagens que nascem na criatividade natalícia. Adoro anúncios de Natal e adoro-os porque todos eles passam uma mensagem de paz e amor: exactamente aquilo que esta quadra deve ser. Deixo-vos aqui os meus preferidos!






Christmas Jumpers

Sabem aquelas camisolas de lã super amorosas, que vemos sempre vestidas nas personagens daqueles filmes de Natal? Aqui há uma verdadeira febre por causa dessas camisolas. Todos têm de ter a sua e há quem, depois de tantos anos, reúne já uma colecção de fazer inveja. São as Christmas Jumpers! Há camisolas para todos os gostos: as mais tradicionais e as mais originais, com luzes, com música, com brilhantes… Há até um dia em que todos têm de vestir a sua camisola e levar o espírito natalício para onde forem. As empresas, até mesmo as mais formais, permitem que os seus empregados se divirtam neste dia e, portanto, é comum ver pessoas vestidas com as suas camisolas de lã por baixo de fatos completos!

E por aí? Quais são as razões que vos fazem gostar tanto da época natalícia desse lado do mundo em que estão?

Com amor,

 Joana

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Favoritos de Novembro

15:18 Joana Santos 8 Comments

Apesar de Novembro ter terminado com a chegada de uma tempestade, há que olhar para trás e descobrir nele o que fez nascer sorrisos. Houve tanto! Abraços apertados, confissões, partilha, cartas que chegaram, chá ao fim do dia, conversas, descobertas, começos, decisões. Estes são os destaques do décimo primeiro mês do ano que chega ao fim. (A publicação vem um bocadinho atrasada, mas é sempre tempo.)

FILME DO MÊS

Gone Girl. (Sim, ainda não tinha visto o filme.) O filme produzido por David Fincher e escrito por Gillian Flynn, é baseado no livro da mesma autora e conta a história de Nick Dunne, representado por Ben Affleck, na procura da sua mulher, que desapareceu no dia do quinto aniversário de casamento. É um filme cheio de surpresas, que se revela mais do que aquilo que parece à primeira impressão. Eu já tinha lido o livro, e sem dúvida que gostei mais da versão escrita do que da versão em tela, mas o filme vale muito a pena!

SÉRIE DO MÊS

Não sei se costumam seguir, mas a Vice tem uma série de documentários sobre os mais diversos temas que é fantástica. Toca em temas bastante sensíveis da sociedade em que vivemos e abre-nos os olhos para realidades inimagináveis. Há uns dias, assisti a um documentário sobre a imigração no Reino Unido, que mostrava a falta de segurança e a falta de apoios a que os imigrantes estão sujeitos. É assutador que tanta gente tenha de passar por situações depolráveis, que rebaixam o ser humano e que lhes tiram toda a sua dignidade. Pessoas que vêm à procura da terra prometida e que, ao chegar, se encontram num sistema viciado e viciante que os faz tocar no fundo, bem mais fundo do que aquele que encontravam na terra de onde vieram. Podem ver o documentário aqui

LEITURA DO MÊS

Este texto escrito pela Zoella. Gosto de ver e ouvir figuras conhecidas do mundo dos blogues e dos vlogs sobre os seus problemas, as suas dúvidas, os seus medos. Gosto de pessoas sinceras, que não mostram apenas a maquilhagem ou os sapatos novos, mas que usam a sua voz conhecida para chamar a atenção para questões que, na maior parte das vezes, são camufladas, escondidas, por vergonha. 

"We look after our skin, our hair, we go to the gym, the dentist, we focus on eating the right foods but how often do we spend time looking after the one thing that requires us to fully function in the way we do? I’ve learnt so much about my mind and the way it works in the last two years and it’s truly fascinating and makes such a huge difference. Nobody should settle with anxiety being a big part of their identity, it isn’t. Anxiety is not your life and it’s not who you are, it’s just a small part of you that doesn’t have to be so loud."

BLOGUE DO MÊS

Conta se eu falar de um canal de Youtube? Deve contar! Pois bem, durante o mês de Novembro devorei os vídeos da vlogger Dina Tokio. Já nem sei como cheguei ao canal do Youtube dela, mas foi por mero acaso. Só depois comecei a perceber que a sua cara está espalhada por todo o lado, em Londres, por causa da campanha Made For You. A Dina Tokio é uma rapariga de origem egípcia, linda de morrer, que vive no Reino Unido. Os seus vídeos são maioritariamente sobre beleza e lifestyle, mas, no fundo, vejo-os porque adoro a forma como ela vai contando o seu dia a dia e as suas aventuras com a sua filha e o seu marido. Algo que também me fez ficar presa ao canal de Youtube foi o facto de a Dina usar um hijab. Não tinha noção de que tinha criado tantas ideias pré-concebidas em relação às raparigas que usam este lenço, mas a verdade é que a Dina tem ajudado a que eu seja menos uma a alimentar estereótipos. Espreitem o canal e dêem-me a vossa opinão. 



COMPRA DO MÊS

As prendas de Natal, claro. Este ano, eu e o Guilherme vamos carregadinhos de prendas para Portugal. Ainda não sei bem como é que vamos carregar tanta coisa connosco apenas numa mala de avião! Foram, até agora, as melhores compras que fiz este ano: escolhidas por nós, para as pessoas mais importantes. Sabe tão bem quando damos estes miminhos, quando passeamos de loja em loja até encontrar o presente ideal, aquele que é mesmo a cara daquela pessoa. Este ano estou tão feliz e entusiasmada com o Natal que já não me falta fazer quase nada! As compras estão a chegar ao fim e o dia de abrir os presentes está quase, quase aí!

PEÇA DE ROUPA DO MÊS

O casaco, deste género, super quentinho que a mãe do Guilherme me ofereceu. Primeiro, adoro burgundy. É a minha cor preferida para vestir. E depois adoro este tipo de casacos. São super leves, quentinhos, guardam-se e lavam-se facilmente. Obrigada!

DESCOBERTA DO MÊS

Deram-me a provar Chai Latte numa loja de chás, a T2, no Centro Comercial Westfield. Até então, torci sempre o nariz a chá com leite. Mas, naquele dia, por alguma razão que até hoje desconheço, resolvi dar-lhe uma oportunidade. Chá preto misturado com leite de soja! Enquanto bebia, fui descobrindo um maravilhoso cheiro a canela e um doce travo a gengibre. Delicioso. Chai Latte tornou-se, oficialmente, a bebida deste inverno. E vocês, o que acham? Gostam?

ACONTECIMENTO DO MÊS

Sem dúvida que o acontecimento do mês foi a minha mãe ter vindo a Londres visitar-me. Não há nada melhor do que, depois de tanto tempo sem a ver, chegar a casa e tê-la à minha espera, com todos os miminhos que isso inclui. Com esta visita, a minha mãe pode conhecer mais um bocadinho de Londres e visitar Bath e Stonehenge. Para além disso, pode provar a melhor pizza de Londres, feita no restaurante Santa Maria. 

PALAVRA DO MÊS 

Esperança. Aquilo que tem feito os dias valerem a pena. A certeza de que o amanhã será melhor. A vontade de, passo a passo, descobrir a continuação de um caminho. A esperança é sempre a boia nestas alturas. Acreditamos. Confiamos. Sabemos que o arco-íris irá chegar, a qualquer momento, a qualquer segundo. Só temos de estar atentos. 

INSPIRAÇÃO DO MÊS

Este anúncio de Natal, do aeroporto Heathrow. No filme, vemos dois ursinhos de peluche, tão queridos, a chegaram a Londres. No final do anúncio, é impossível não soltarmos uma lágrima. O Natal é, mais do que presentes e comida, isto mesmo: estarmos em casa, com a nossa família, junto daqueles que nos são mais importantes. Veja!



Com amor, 
Joana 

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Sinais do coração

12:11 Joana Santos 6 Comments

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Novembro terminou com uma tempestade. Nunca estamos à espera de que elas cheguem, pois não? As tempestades têm o dom de nos apanharem completamente desprevenidos, desarmados. Chegam e rapidamente abalam tudo. Põem em causa tudo aquilo que até então tomávamos como certo, fazem-nos questionar decisões e percursos de vida. De repente, é como se tivessemos um milhão de caminhos pela frente, mas, quando os enfretamos, eles são demasiado escuros e cheios de curvas, não nos deixando confortáveis para os seguirmos. Sou uma pessoa que acredita em sinais. Nem sempre os sei escutar, mas sei reconhecê-los quando neles tropeço. E é nestas alturas de tempestade que eles mais me ajudam. Foi assim e continua a ser assim, dia após dia, enquanto tento combater as ondas, os ventos fortes e as chuvas. No útlimo dia do mês, chegou à minha caixa do correio a carta da Mariana, com a sua bonita letra. Soube logo que era uma carta dela: é como se os desenhos no envelope enchem-se de energia o espaço que os envolve. Abri a carta enquanto subia as escadas. Nesse dia tinha pedido muito que um sinal me caísse de algum lado: um sinal que me mostrasse para onde me virar a seguir. Enquanto os meus olhos se encontravam com as palavras saídas do coração da Mariana, soube que aquele era o sinal que tinha pedido. Soube que não estava sozinha. Entre muitos miminhos bonitos, a Mariana escreveu-me a passagem de um dos meus livros preferidos, Vai aonde te leva o coração, da Susana Tammaro. 

"Quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiras-te no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar."

Nesse preciso momento, soube que tinha de parar. De ficar sozinha. De procurar dentro do meu coração as respostas que não posso encontrar em lado nenhum. Acredito que nada na vida acontece por acaso e que nada do que nos acontece é mais do que aquilo que possamos suportar. Estamos onde precisamos de estar. É, possivelmente, a primeira vez na minha vida que não sei exactamente quem sou eu. Para onde vou. Qual é o meu papel no mundo. Mas tenho a certeza de que é este o caminho que tenho de percorrer para me encontrar. Para descobrir as minhas respostas. E para seguir em frente. Depois da tempestade vem a bonança, depois de um furacão há sempre um arco-íris e eu sei que já não falta muito para ele chegar. 

Com amor, 
Joana



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Let's go ice skating

17:10 Joana Santos 7 Comments

É difícil passar um dia em Londres sem nada para fazer: há sempre um parque para visitar, uma feira nova onde comer, uma loja diferente a abrir, uma exposição de arte, conversas com autores em livrarias, e por aí em diante. O ano todo, seja dia de semana ou feriado, as agendas enchem-se de planos. É um dos principais motivos para eu gostar tanto de Londres: poder ter sempre mil e um eventos para escolher. No entanto, a minha altura preferida, como já vos contei, é, sem dúvida, a altura do Natal. A cidade começa a vestir-se de vermelho, verde e dourado no início de Novembro. As ruas enchem-se de pessoas em busca do presente perfeito. Há mais turistas nesta altura do ano do que em qualquer outra. Há bancas de vinho quente em qualquer lugar. Há a Winter Wonderland, uma feira de diversões bem no coração de Londres, no famoso Hyde Park. E há mil lugares onde é possível patinar no gelo. Sim, exactamente: há uma pista de gelo em qualquer esquina. Este ano, eu e o Gui fomos patinar para a pista da Somerset House, um centro cultural, onde, no resto do ano, fazem exposições, concertos e sessões de cinema. 



Sem dúvida que, de todas as pistas de gelo que já vi, esta é a mais bonita: fica naquilo que é um género de claustro do centro cultural, rodeada por arcadas de pedra. Aquilo que a torna mais especial, para além do imponente edifício que a envolve, é o ambiente: a árvore de Natal gigante, o bar onde podemos consumir todas as bebidas quentinhas que nos apetecerem, a música natalícia e animada e as luzes que, enquanto patinamos, vão mudando de cores e desenhando flocos de neve pelo gelo. Obviamente que esta pista de gelo entrou logo para o número um do meu TOP de pistas de gelo, mas há outras que não só eu gostava de experimentar ainda este ano como vocês deviam experimentar também!



Hampton Court Palace Ice Rink

Diz quem já lá foi que o Hampton Court Palace é um lugar inesquecível. Especialmente quando a neve cai e os campos que o envolvem se tornam completamente brancos. Acredito que patinar no gelo lá rodeada de neve seria mais do que mágico. É, sem dúvida, um sítio a colocar na lista. 

Canary Wharf Ice Rink

Canary Wharf é uma zona de Londres lindíssima: há bastantes empresas bem conhecidas que têm os seus escritórios lá, como a Reuters ou a IBM, e a correria daqueles que lá trabalham mistura-se com a calma do rio que passa ali mesmo ao pé. Os prédios enormes e espelhados escondem jardins e praças que, no verão, se enchem de famílias e amigos que fazem piqueniques. No inverno, esses mesmos jardins enchem-se de cor e trazem a magia do Natal, com feiras de produtos artesanais e, claro, a pista de gelo. Este ano o tema da festa é "Luz", o que encaixa na perfeição com o local. Há um bar, que também serve comida, junto à pista de gelo, e, por isso, é o sítio ideal para patinar e jantar de seguida. 

Natural History Museum Ice Rink

O Museu de História Natural é, provavelmente, o museu mais visitado por famílias em Londres. É a casa da famosa exposição de dinossauros e de muitas outras que nos fazem querer ficar por lá um dia inteiro, a descobrir factos interessantes sobre a história do nosso mundo. Cientes de que fazem as delícias de miúdos e graúdos, os responsáveis pelo museu constroem todos os anos uma pista de gelo gigante, decoram-na e às árvores em volta com as conhecidas fairy lights, as luzinhas brancas da árvore de Natal, e deixam que a magia do museu se estenda aos jardins que o envolvem.

Hyde Park Winter Wonderland

A Winter Wonderland, a feira de carrocéis de que falei ali em cima, já é mágica por si só. Há diversões para todas as idades e para todos os gostos: montanhas russas, baloiços, barquinhos, casas de terror... Para além disso, há uma verdadeira panóplia de bancas de comida, essencialmente comida alemã, como cachorros quentes. Lá podemos encontrar também muitas ideias de prendas de Natal: prendas feitas à mão, por artesãos muito criativos. É verdade que há filas e filas e filas de gente para andar em todos os carrocéis e que, especialmente aos fins de semana, é quase impossível andar um metro em menos de dez minutos. Mas vale bem a pena visitar o Hyde Park nesta altura do ano para sentir o verdadeiro espírito natalício londrino. Por isso, acredito bem que patinar neste lugar deve ser igualmente maravilhoso! 



Eu e o Gui divertimo-nos imenso a patinar e, por isso, já estamos a pensar em combinar a próxima visita a uma pista de gelo. Até estamos a pensar em subsitutir o ginásio por este novo desporto.

E vocês, já andaram de patins no gelo este ano? 

Com amor,
Joana


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Um amor chamado chá

22:16 Joana Santos 4 Comments

Uma das memórias mais antigas que tenho é a de estar na casa da minha bisavó, mãe da minha avó materna, num fim de tarde qualquer, provavelmente, à espera de que a minha avó me fosse buscar para jantar. Enquanto esperava, fiz aquilo que outras tantas vezes já tinha feito: remexi em todas as gavetas da minha bisavó. Esse ataque de cusquice levou-me até umas ervinhas que estavam dentro de um saco e eu, curiosa, quis perceber o que era. A minha bisavó ferveu água e juntou as ervinhas. Minutos depois, deitou o conteúdo para dentro de uma chávena e disse-me (ainda consigo ouvir a voz dela): "É chá de príncipe.". Eu, sonhadora e sempre a inventar histórias na minha cabeça, devo ter pensado que aquele chá — de príncipe — me iria levar para o mundo encantado das histórias que acabam sempre em "Viveram felizes para sempre.". Este momento é o primeiro da minha vida em que me lembro de ter provado chá.
Depois disso, e por ter uma mãe que gosta de ter sempre saquinhos de chá em casa, nunca mais parei de o beber. Nos últimos anos, com a mudança para o Reino Unido, beber chá tornou-se uma prática ainda mais comum, pois aqui há chás de todos os sabores e cores por onde quer que passemos. Bebo quando acordo, depois do jantar, antes de adormecer e nas pausas do trabalho.


Olho para o chá como um conforto — algo que me acalma. Nos dias mais frios, levo-o num termo e aproveito a sua companhia. Nos dias mais quentes, adoro-o gelado, para me refrescar dos pés à cabeça. Recentemente, tomei a decisão de deixar o café e, por isso, o chá tem sido ainda mais um amigo a manter por perto.
E é por ter este amor (quase vício) pelo chá que me juntei a um grupo do Facebook, criado pela Mariana, do blogue Chá & Girassóis, chamado Uma Xícara de Chá. Gosto de lá estar e gosto daquelas pessoas, mesmo sem as conhecer, porque partilhamos o gosto pela mesma coisa, encaramo-la da mesma maneira e em conjunto aprendemos todos um pouco mais. Ter passado a pertencer a este grupo fez com que os meus olhos passassem a olhar para o chá com ainda mais gosto e a querer experimentar cada vez mais este mundo.


Por causa do chá, ja descobri mil e uma casas de chá lindas de morrer, tanto pelo Reino Unido como por Portugal, já provei um típico chá das cinco em Cambridge e já conheci muitas pessoas com o mesmo vício, como o senhor que, uma vez, no Campo Pequeno, me ofereceu um saquinho de chá do Jardim da Boa Palavra, ervas biológicas que vêm acompanhadas de poemas.
Os chás que me acompanham os dias, neste momento, são os da Pukka, especiamente os de limão e gengibre. O chá de boa digestão da mesma marca também me tem ajudado muito depois de refeições pesadas e o de equinácea e frutos do bosque protege o meu sistema imunitário.
Ontem, fui a um lugar a que já queria ir há muito tempo: o museu de chá da Twinings, a famosa marca de chá inglesa. E sabem o que é que eu descobri? Que o chá foi trazido para este país por Catarina de Bragança, a mulher do nosso Rei Carlos II. Exactamente, hoje, os ingleses não sobrevivem sem chá por causa dos portugueses! O museu conta a história de como o chá passou a ser presença obrigatória em qualquer evento social brintânico e lá podemos encontrar muitas fotografias e textos da época que exemplificam isso mesmo. Para além disso, as paredes estão cobertas de centenas de embalagens de chá, que podemos comprar e levar connosco para casa, e de muitos utensílios para desfrutar de uma boa chávena de chá da melhor maneira. É difícil não querer trazer tudo para casa. Não aconteceu, mas, pelo menos, tirei umas belas ideias para prendas de Natal.
Entretanto, enquanto não me volto a encontrar com lugares e pessoas que tal como eu vêem o chá como muito mais do que uma bebida, deixo-me ficar aqui, enrolada na manta, a deliciar-me com o cheiro e o sabor destas ervas até adormecer. Talvez até esteja a descobrir a minha nova favorita de meditar...


Com amor, 

Joana

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Stonehenge & Bath

16:08 Joana Santos 9 Comments

No fim de semana passado, recebi uma visita muito especial: a minha mãe esteve em Londres! Passámos quatro dias a passear por todo o lado, jantámos fora, fomos às compras, conversámos muito... A minha mãe já cá tinha estado em Dezembro do ano passado, mas, nessa altura, ficámo-nos apenas por Londres. Desta vez, tendo em conta que ela já conhece os pontos principais da cidade, resolvemos mostrar-lhe um bocadinho mais de Inglaterra. Eu e o Gui fizemos-lhe uma surpresa e levámo-la numa excursão. Os destinos foram Stonehenge e Bath. Enquanto que o primeiro local é conhecido de muitas pessoas, porque se fazem imensos filmes, documentários e reportagens sobre ele, o segundo já é menos popular e turístico. A excursão oferecia uma visita de um dia. Arranjámos os bilhetes na Groupon, com bastante antecedência, e ficou bastante em conta. Confesso que estava um bocadinho preocupada: em Portugal, há muito a ideia de que as excursões implicam sempre que haja um homem de bigode a tentar vender-nos uma cesta de enchidos e também que o público alvo são reformados, por isso, tinha receio de que aqui fosse igual. Mas, não! A excursão era bastante diversificada: havia tanto turistas como locais, e a própria organização tinha consciência disso. Durante a viagem, foram-nos contacto pequenos detalhes, factos históricos e curiosidades dos locais por onde íamos passando, enquanto faziam sugestões de possíveis locais de intneresse. O primeiro ponto de paragem foi em Stonehenge e, depois, partimos para Bath, onde ficámos grande parte da tarde. 

#1 Stonehenge

É impossível não terem visto, pelo menos uma vez na vida, esta estrutura. Era um lugar que eu queria já há bastante tempo visitar, desde que, algures na televisão portuguesa, vi uma reportagem sobre os festejos dos solstícios que acontecem aqui. Esta estrutura é constituída por pedras que medem mais de cinco metro de altura e podem pesar mais de cinquenta toneladas e tem sido um mistério para arqueólogos, historiadores e para a população no geral. A opinião mais defendida é a de que o monumento foi construído como santuário para culto ao Sol e à Lua, ou seja, com uma finalidade religiosa. No entanto, como nos foi explicado durante a visita, o lugar sofreu bastantes alterações com o tempo e com a chegada de diferentes povos à região. Houve quem utilizasse o lugar como cemitério e é por isso que, ainda hoje, se podem ver montes de terra e erva, que era utilizados como valas para os corpos. As pedras estão colocadas em círculo de uma forma tão matemática que, na altura do Solstício de Inverno e de Verão, o sol fica excatamente alinhado com elas. Hoje em dia, Stonehenge é parte da English Heitage e da National Trust e, portanto, são estas associações que tomam conta do lugar. Confesso que adorei! Foi tão engraçado estar junto a um dos monumentos que mais questões levanta, que mais dúvidas coloca e que mais interesse histórico desperta. A visita em cima não demora muito tempo: em cerca de quarenta minutos, é possível percorrer o círculo, ler as placas com informação e ainda aproveitar para tirar fotografias. 




#2 Bath

Não sabia onde ficava Bath nem o que havia lá para ver, à excepção dos antigos banhos romanos. Não sei se foi a inexistência de expectativas, mas, assim que pus o pé fora do autocarro, apaixonei-me pela cidade. Parece que entrámos numa máquina do tempo e fomos transportandos para outro século. A cidade é muito medieval, cheia de construções da época romana, e é algo que nunca pensei que fosse encontrar em Londres. Primeiro, fica num vale: a chegada à cidade é encantadora, vemos as monstanhas muito verdes e um povoado, atravessado por um rio, lá ao fundo. Depois, é única em todos os sentidos: não só pelo tipo de construção, mas também pelo comércio e pelas curiosidades. Pelo caminho, encontrámos uma loja chamada 25th of December, cheia de decorações de Natal e outra com decorações feitas apenas de frutos secos. E sabiam que o prédio mais antigo de Inglaterra ainda habitado fica em Bath? Nesse prédio, que hoje é um restaurante, serve-se comida em pratos feitos de pão. A fila para este restaurante é gigante, por isso não consegui experimentá-lo, mas pode ser que o dia volte! Para além dos spas e banhos da época romana, podem ver uma ponte que liga os dois lados da cidade e uma catedral gigante. Confesso que gostava de ter lá ficado mais umas horas, porque ainda ficou muito por ver e viver, mas o tempo que lá estive foi suficiente para perceber que não me importava nada de me mudar para lá! 






Com amor,
Joana

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Me, him and our gingerbread cookies

15:12 Joana Santos 4 Comments

Tal como vos contei aqui, eu e o Gui temos andado a experimentar fazer coisas que nunca tínhamos feito antes. Coisas simples, que nos permitam sair da rotina em qualquer dia da semana, e não apenas durante o fim de semana. A primeira actividade que riscámos da lista foi fazer um bolo. Saímo-nos tão bem que decidímos continuar pela cozinha. Ontem, aproveitando o espírito natalício desta cidade, fomos comprar ingredientes para fazer bolachinhas de canela e gengibre, aquilo a que, neste país, se chama gingerbread cookies



No início, quando comçámos a misturar os ingredientes, estava um bocadinho desmotivada (tenho andado muito cansada, ultimamente). Achei que ia ser demasiado difícil conseguir a consistência certa bem como separar a massa em bolachas. Na verdade, como não temos um medidor e uma balança, era mesmo isso que estava a acontecer: colocámos demasiada farinha e depois tivemos de compensar colocando mais ovos. Mas, quando chegou à parte de amassar, fiquei super entusiasmada. Parecia uma criança a brincar com areia da praia pela primeira vez. É estranho, mas é super divertido. No final, antes de colocarmos as nossas bolachas de gengibre no forno, reparámos que tínhamos a cozinha completamente virada do avesso. Não importou: rimo-nos tanto a amassar que não nos custou nada limpar a seguir. O processo todo revelou-se bastante fácil: é só mesmo misturar farinha, ovos, canela, gengibre, açúcar, mel, manteiga e ovos, amassar, estender a massa e, depois, utilizando formas para bolachas, construir os nossos bonequinhos. Nós fizémos estrelas, árvores de Natal, bonecos, Pais Natal e sinos. Depois, quando as bolachas ficaram prontas, foi só decorá-las com writing icing (não sei o nome em português!). Este foi o resultado final:



Com amor, 
Joana

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Wanderlust wishes

15:55 Joana Santos 2 Comments

Mudei-me para Londres em Junho de 2015. Passei um ano inteiro deliciada com esta cidade: conheci os seus cantos e recantos e ainda me falta riscar tanto desta lista interminável. Quase que me esqueci, durante este tempo, que Londres é só uma pequena parte deste reino tão grande. Mas, felizmente, o Gui é tão maluco por descobrir novos lugares quanto eu e, juntos, temos viajado para mil e um lugares igualmente (se não mais) maravilhosos. Em meio ano, visitámos Plymouth, Cambridge, Brighton, Bath, Stonehenge, Birmingham, Edimburgo, Glasgow e Cardiff. De autocarro (às vezes, em viagens que duram mais de 10 horas) ou de comboio e de mochila às costas, subimos montanhas, entrámos à socapa (e sem saber) em jardins de estranhos, andámos de gôndola, vimos cenários e filme e guardámos muitas recordações na nossa caixinha. Destes lugares, vou falar-vos um por um. A seu tempo. Com muitas fotografias e histórias engraçadas pelo meio. Hoje, quero antes contar-vos quais são os lugares que ainda queremos visitar. Esta é, então, a wishlist de viagens pelo Reino Unido

#1 Lake District

Imagem retirada da Internet
As imagens falam por si, certo? Não é preciso grandes justificações para colocar este lugar na minha lista. Tal como o nome indica, esta zona é rica em lagos que são verdadeiros espelhos de água. O lugar é constituído por um Parque Nacional gigantesco onde encontramos a maior montanha inglesa: Scafell Pike. É conhecida especialmente entre os amantes de escalada, mas qualquer pessoa se pode aventurar por lá. O parque faz parte da National Trust, de que já vos falei aqui. Ainda não sei quando vai surgir a oportunidade de ir até ao Lake District, mas está sem dúvida no topo das minhas próximas escolhas.  

#2 Falmouth

Imagem retirada da Internet

Já tive a oportunidade de conhecer parte da Cornualha quando viajei para Plymouth. Fiquei apaixonada. Sempre vivi perto do mar, em Portugal, e, por isso, é das coisas de que mais sinto saudades em Londres. Mas a Cornualha tem uma zona costeira de meter inveja a muitas praias portuguesas (embora não lhes passe à frente, descansem).  Por isso, quando soube que a Megabus tinha aberto uma rota de autocarros para as Falmouth fiquei super feliz. A viagem é longa, mas tenho a certeza de que valerá a pena. 

#3 Kent


Kent não fica muito longe de Londres, por isso facilmente chego lá. O local é conhecimento como O Jardim de Inglaterra e, portanto, só pelo nome podemos ver que é bastante apetecível. Gostava de visitar um bocadinho de toda a região, mas aquilo que não pode mesmo faltar são os White Cliffs of Dover. Deste lugar dá para avistar França em, para além disso, olhar para as rochas brancas e para o mar tão azul é como se estivessemos a apreciar uma verdadeira pintura ou um daqueles postais que nos enviam do outro lado do mundo e nos cortam a respiração.

Há muitos outros lugares que gostava de visitar, como Stratford Upon Avon, o Loch Ness ou Swansea, mas este é o meu TOP 3, sem dúvida.

E vocês, já visitaram algum destes lugares? Que sítios gostavam de visitar no Reino Unido?

Com amor, 
Joana

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Remember, remember... The 5th of November!

14:39 Joana Santos 6 Comments



(Esta publicação contém excertos e passagens de um texto que publiquei no ano passado no website Travel&Taste.)
V for Vendetta. Sabem, aquele filme com a maravilhosa Natalie Portman? Claro que sabem. O filme já passou dezenas de vezes na televisão e continua a ser um verdadeiro sucesso, mesmo depois de tantos anos que já se passaram desde a sua estreia. Ora, o que se calhar vocês não sabem é que este filme conta uma história verídica, passada no Reino Unido, no ano de 1605. Foi neste ano que um grupo de católicos, liderado por Robert Catesby, planeou um ataque minucioso ao Rei Jaime VI da Escócia. Este ataque, que ficou conhecido como a Conspiração da Pólvora, consistia em fazer explodir a Câmara dos Lordes, durante a abertura do parlamento. Quando? No dia 5 de novembro. O objetivo final era matar o rei protestante, já que este privilegiava aqueles que partilhavam com ele a mesma religião, em detrimento dos católicos. O ataque começou a ser planeado em março: um perito em explosivos, Guy Fawkes, preencheu toda a zona subterrânea abaixo do parlamento com 36 barris de pólvora, contendo 1800 libras de material explosivo. Tinha tudo para dar certo. No entanto, algo falhou. O grupo de conspiradores, temendo a morte de outros católicos, enviou avisos aos religiosos para se manterem afastados do parlamento no dia previsto para a explosão, mas um desses avisos chegou aos ouvidos do rei. Assim, seguranças foram enviados até aos túneis subterrâneos e os explosivos foram descobertos e desativados. Os traidores foram torturados e mantidos presos. Desta feita, o parlamento inglês sobreviveu até aos dias que correm e, ainda hoje, a Rainha, para que não se esqueça o simbolismo deste acontecimento, desce até aos mesmos túneis em novembro. Contudo, não é só a Rainha que nesta cerimónia recorda a Conspiração da Pólvora. Pelo Reino Unido, durante a primeira semana de Novembro, os céus enchem-se de fogo de artíficio. Os festejos começam na Bonfire Night (Noite da Fogueira). Por todo o reino, milhares de pessoas juntam-se nas casas, nos parques, nos jardins e à beira do Tamisa para lançarem foguetes ou reúnem-se em volta de fogueiras. Todos estes símbolos pretendem relembrar o fogo que se ia devastar Londres se o atentado não tivesse sido impedido.  No ano passado, presenciei, pela primeira vez, estes espectáculos pirotécnicos. Na altura, estava a trabalhar numa loja e o meu dia de trabalho começava às 6 horas da manhã, pelo que não me foi possível festejar este dia fora de casa. Vi o fogo de artíficio da janela do meu quarto, deitada na minha cama. Nesse dia, prometi a mim mesma que, dali a um ano, estaria a apreciar os céus ingleses em primeiro plano, numa das festas mais famosas da cidade - a que acontece em Alexandra Palace, em Londres. E assim foi. Este ano, estive lá, na colina mais alta do parque, que permite ver a maravilhosa cidade iluminadaOs festejos começaram por volta das 15 horas, com uma feira de carrosséis para pequenos e graúdos, e prosseguiram durante toda a tarde. Houve um festival de comida de rua, de cerveja alemã e ainda um laser show.  Quando a noite caiu, houve uma parada alusiva ao Dia de Los Muertos e acedeu-se a fogueira. Às 20 horas o espetáculo pirotécnico começou e só por volta das 22h é que o barulho dos foguetes cessou. Esta um frio de rachar. As minhas mãos estavam congeladas. Mas valeu a pena. A festa foi linda. Eu gosto de espectáculos pirotécnicos desde que me lembro e este foi um dos mais bonitos que já presenciei. Por isso, já sabem... Se para o ano estiverem por Londres no dia 5 de Novembro, não deixem de visitar Alexandra Palace e deliciarem-se com as cores e luzes que enchem os céus londrinos. 


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